Fortes chuvas castigam o sudeste a mais de 1 mês

Já virou rotina olhar para o céu de São Paulo em um fim de tarde e vê-lo com nuvens negras, despejando raios e trovões por toda a cidade, atrapalhando a volta pra casa dos trabalhadores; alagando casas e destruindo seus pertences.

O mês de janeiro de 2010 registrou a maior marca em volume de chuvas para o mês desde 1947 no município de São Paulo, segundo dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Até as 9h de ontem, quando terminou a contagem de 24 horas, foram registrados 480,5mm de chuva durante o mês. A maior marca atingida foi de 481,4mm em 1947. O Inmet começou a fazer medições no município em 1943. Segundo o órgão, nos últimos cinco anos, foram registradas precipitações acima dos 300mm em pelo menos quatro meses de janeiro. Além disso, foram registrados janeiros chuvosos em 1987, com 442,3mm de chuva, e em 1950, com421,8mm.

As chuvas mais intensas já provocaram a morte de pelo menos 69 pessoas desde 01 de Dezembro de 2009 no Estado de São Paulo. O balanço divulgado pela Defesa Civil indica ainda cerca de 25.000 desabrigados e desalojados, 34 cidades em situação de emergência e outros dois municípios em estado de calamidade pública. A principal causa das mortes foi deslizamento de encostas, responsável por 44 pessoas vítimas mortais, 15 foram levadas por enchentes e oito atingidas por raios, salientou o balanço da Defesa Civil.

Mas porque chove tanto nessa época do ano? Especialistas indicam que as frentes frias que chegam à São Paulo trazendo chuvas tendem naturalmente a permanecer um período maior de tempo sobre a capital. Geralmente, as chuvas ocorrem quando as frentes deixam o local em que se encontravam. No entanto, além desse fator, a chuva é resultante da combinação de altas temperaturas com crescente umidade do ar. De acordo com meteorologistas, as altas temperaturas aumentam a intensidade das nuvens e, consequentemente, das chuvas.